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Uma candidatura em poucas palavras

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Essa mania de pensar sobre tudo, eu sei, me torna uma pessoa enfadonha , no entanto , não consegui resistir à tentação de compartilhar a experiência que vivi como candidato a vereador  pelo PSOL em Cabo Frio. Desde que fui recebido pelo partido, passei a admirar disposição dos companheiros diante do quadro político local. O assédio dos candidatos poderosos, que tinham certeza que a liderança do PSOL se curvaria diante das promessas de boquinha assustaram. Mas dizem que na política isso é normal. Normal nada! É normose! É doença da normalidade. Por outro lado, o firme posicionamento do Cláudio, conquistou a minha confiança. E o caráter das propostas do partido, profundamente identificado com as minhas, a minha militância. Na fase de pré-candidatura, quando falava da minha pretensão de ser candidato, muitos reagiram dizendo que eu não tinha dinheiro. Que eu não teria a menor chance e que eu não conseguiria, nem cinquenta votos. Muitos colegas, detentores de portarias e outr

Um olhar sociológico sobre o SUS

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  Desde a criação do Ministério da Saúde e Educação em 1930 até 1988, somente os trabalhadores com carteira assinada tinham direito à assistência médica. A democratização do acesso à saúde data da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, quando a saúde passou a ser um “direito de todos e um dever do Estado”. Nascia o Sistema único de Saúde. Inspirado nos modelos da medicina social de alguns países europeus como a França e a Inglaterra, o SUS tem como princípios básicos a integralidade, a equidade e a universalidade. Seria universal, ao garantir a todos o acesso aos seus serviços. Igualitário ao primar pela igualdade de condições de tratamento dos seus usuários. E por fim, integral, ao abranger medidas de prevenção, atendimento e internação. Acontece que na cultura do clientelismo brasileiro, onde as leis são contextuais (depende do contexto) e não contratuais (vale o que está escrito), a realidade é outra. Por que? Porque embora ouçamos falar em Políticas Públicas de Saúd

Inspirado pelo assassinato do MAX: Matrix e a Alienação

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              A história do hacker Neo que descobre o mundo ao seu redor como uma ilusão criada por computador, combina elementos cristãos, budistas e passeia por várias concepções filosóficas desde Platão (Mito da Caverna) a Descartes(Questionamento sobre  realidade). Dá pra sentir a força do argumento do filme, afinal não é pouca coisa que mexe com o ceticismo da comunidade científica. Já imaginaram o golpe na vaidade humana ao descobrir que tudo o que nos cerca, desde a descoberta do fogo aos grandes impérios, não passa de um programa criado por um webmaster qualquer, brincando de Deus?             Por mais improvável que possa parecer, tal possibilidade encontra argumento favorável em Platão e seu Mito da Caverna. Durante um diálogo Platão compara a nossa percepção da realidade a de homens que se encontrariam no interior de uma caverna, de costas para a entrada. Incapazes de se mover, tudo que estes homens conheciam do mundo, eram sombras projetadas por uma luz externa no i

Manifesto Pela Democracia Musical

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               O direito de manifestação e expressão artística e cultural é garantido a todo ser humano. Tal garantia é defendida pelos direitos culturais, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Isso significa que toda pessoa tem o direito de participar das manifestações culturais de sua escolha, criar a expor sua produção cultural. Mas não é isso que vivenciamos atualmente na cidade de Cabo Frio, onde muitos grupos musicais locais não conseguem uma oportunidade para se apresentar. O acesso restrito aos shows impede o amadurecimento artístico dos talentos da cidade, além de marginalizar estilos musicais que não são considerados “populares”, pela mídia nacional.       Muitos artistas de Cabo Frio precisam procurar os municípios vizinhos, que possuem programas culturais abrangentes e que visam contemplar as diversas tribos urbanas, tanto para apreciar, como para apresentar o gênero musical que lhes agrada.     Sabemos que não é possível agradar

PROFESSOR ALIENADO, PROFISSIONAL DESVALORIZADO

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Todos os dias nos lamentamos do pesado fardo imposto à nossa profissão. A pesada carga horária, os baixos salários, a difícil tarefa de fazer compreender o porquê estarmos ali, as precárias condições de trabalho, a falta de estrutura, etc. Procuramos culpados, selecionamos pessoas físicas, jurídicas e culpamos o sistema. A culpa é do SISTEMA! Acontece que estamos inseridos no sistema. Na verdade somos a maior parte dele. Somos a base do sistema! Assim sendo, se nos balançarmos juntos, talvez possamos abalar sua estrutura! É muito conveniente esperarmos a chegada de um messias mítico institucional que um dia irá nos livrar do pecado da escolha, da subserviência e da falta de fé em nós mesmos. Não adianta nos filiarmos a sindicatos e esperar que ele resolva. Sem a nossa participação ele é inútil.Profissionais de pouca fé, por que duvidastes? Por que não crermos no poder que temos? Por que nos calarmos diante das imposições políticas se elas são efêmeras, sabemos nós, diante

Para os meus filhos

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Todo mundo um dia já  sonhou ser um super-herói. Poder voar como o Super-homem, ser veloz tal qual o The Flash, ter a superforça do Incrível Hulk ou as habilidades do Homem Aranha. Toda criança sonha! Sonha os sonhos de criança e é assim que tem que ser. O papai e a mamãe também sonham com os poderes dos seus filhos, por isso lhes dão nomes de reis e rainhas, príncipes, princesas ou de pessoas que fizeram coisas importantes na História. Eu quero dizer para vocês que nós sempre acreditamos em suas capacidades. A vida é assim, divertida, mas cheia de desafios, como nas histórias em quadrinhos. Após cada obstáculo superado, nos tornamos mais fortes e experientes, aprendendo a usar melhor nossos superpoderes do mundo real. Muitas vezes, nossos poderes ficam escondidos como os do Will Stronghold da Escola de Super-Heróis, que não sabia a força que possuía e por isso se sentia pior do que os outros. Ao longo da vida vocês desc

Você é Feliz?

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       Muitos pensadores se dedicaram a explicar a felicidade, cada qual utilizando as lentes que o contexto de suas épocas lhes possibilitou. Longe do mundo das conjecturas e num plano mais próximo da nossa existência cotidiana, carregada muito mais de vivências do que de reflexões, aqui estamos nós sem nenhuma pretensão filosófica, em uma pausa nessa realidade frenética a nos perguntarmos: O que é a felicidade?       O filósofo grego Platão afirmou que a felicidade é o objetivo da existência humana.  Para o seu discípulo Aristóteles ( Ética a Nicômaco) feliz é aquele que é virtuoso e que pratica o bem.  Da antiguidade para a modernidade, diz Rousseau que a felicidade não é fazer sempre o que se quer, mas não fazer o que não se quer.         As religiões também especulam sobre a felicidade.  Algumas pregam que a felicidade não é deste mundo, outras prometem alívio imediato para  todo tipo de sofrimento humano.  Por falar em sofrimento, o budismo afirma que este é cau

A Memória da Família e a Família na Memória

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            Ao iniciar um ano letivo, sempre procuro saber sobre o local de origem dos meus alunos e dos seus pais. Através dessa prática, procuro compreender a formação da comunidade que circunda a escola para melhor direcionar o trabalho em sala de aula. Nesses anos de magistério descobri que muitos alunos não têm noção das suas origens, sendo que o pouco que sabem não vai além do local de nascimento do pai ou da mãe. Os nomes dos avós ou local de origem destes, quase sempre desconhecem.               Essa descontinuidade na história pessoal do indivíduo pode influenciar negativamente na afirmação de alguns sentimentos, como o desejo de pertencimento que origina o nacionalismo e de auto-estima, importante elemento na busca pela cidadania. Não precisamos de muito esforço para perceber que as nossas relações sociais sofreram profundas alterações nos últimos 50 anos.  Considerando as necessidades imperiosas do imediatismo desvalorizamos o passado. E o vazio criado tem sido preen
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Laguna de Araruama: história de vida e renovação             A história da relação entre a Lagoa de Araruama e os seres humanos data de cerca de 6.000 anos, quando os primeiros grupos humanos aqui chegaram, se estabelecendo nas suas proximidades por períodos relativamente curtos. Tem início a ação antrópica (ação do homem sobre o meio através das tecnologias disponíveis) nas margens laguna. Como os primeiros grupos humanos eram formados por poucos indivíduos, a intervenção humana era muito limitada, quase não se fazendo sentir, não fosse a formação dos sambaquis a partir dos restos alimentares e sedimentos naturais que se acumularam ao longo do tempo. Estes caçadores e coletores se beneficiaram da abundante bioma da região, embora não possuíssem condições de explorá-la em toda a sua potencialidade. Somente mais tarde, com a chegada dos tupinambás acerca de 1500 anos atrás, o entorno da laguna passou a sofrer uma maior influência humana, visto que esses índios possuíam um am

Uma pergunta pertinente e uma resposta nada convincente!!!

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Na semana passada, durante uma aula sobre a crise de 1929 em uma turma do 9° ano, um aluno me perguntou porque os professores são tão desvalorizados. Embora estivéssemos falando sobre a crescente influência ideológica do socialismo no entre guerras e consequentemente a má distribuição de renda no Brasil tenha vindo à tona, a pergunta me pegou de surpresa.  Sempre que eu me questionava sobre esta desvalorização eu chegava à conclusão de que isso fazia parte de uma conspiração das elites para controlar o povo. Um povo ignorante é muito mais fácil de ser governado, mas esta resposta me pareceu marxista demais.  O tempo havia congelado, centésimos de segundo se passaram entre uma ou outra possível resposta. De repente me surgiu a questão da ideologia: o magistério se esqueceu do poder ideológico que tem! E a sociedade aceitou tal desmobilização! Me lembrei das greves dos anos 80..., não era professor, mas minha mãe sim. Fazia greve, mas não era marxista, era PROFESSORA! 

Para que serva a escola ?

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                                                                                                       Existe atualmente uma certo “mistério” em relação a utilidade da escola, isto tanto por parte dos alunos quanto dos professores. Mas qual será a origem dessa dúvida? Será que devido ao sucateamento da escola? Será que é pela maneira como as famílias se relacionam com a escola? Ou será que é tudo isso junto ?                 O fato é que quando perguntamos aos alunos por que eles estão na escola, nem sempre recebemos uma resposta  e quando recebemos dizem que é para “aprender”. Mas no fundo, no fundo ele não sabe o que, ou o porquê do aprender. A escola parece ter recebido (sabe-se lá de quem), um caráter automático e institucional. Muito alunos vão para a escola por    que faz parte da rotina. Cresceram sabendo que têm que ir! É cultural, no sentido empírico da palavra. Para completar, a mídia dá a maior força nesse sentido, propagando como opção acessível a todos, o g

O valor de um professor

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  Hoje em dia faz parte do senso comum  a ideia de desvalorização do magistério enquanto profissão.               Há apenas algumas décadas, pais de várias camadas sociais enchiam a boca para alardear que seus filhos haviam se tornado professores. Era uma profissão respeitada por todos, inclusive pelos próprios professores.              Atualmente os professores são uns dos profissionais que mais padecem de depressão, problemas cardíacos e respiratórios. As salas de aulas lotadas, os baixos salários, sucateamento das instituições de ensino e a aguda crise da auto estima  profissional, colocam os professores numa situação de penúria moral e/ou econômica.              Não raro ouvimos por aí: “Bem feito, não estudou agora é professor!” ou “Sai desta, você é pode conseguir coisa melhor!” Acontece que existem muitas razões para se persistir mas é a fé a mais forte delas.  Fé que com o nosso trabalho poderemos construir uma sociedade melhor, fé que a conquista da dignidade soc