Para que serva a escola ?
Existe atualmente uma certo “mistério” em relação a utilidade da escola,
isto tanto por parte dos alunos quanto dos professores. Mas qual será a origem
dessa dúvida? Será que devido ao sucateamento da escola? Será que é pela
maneira como as famílias se relacionam com a escola? Ou será que é tudo isso
junto ?
O fato é que quando perguntamos aos alunos
por que eles estão na escola, nem sempre recebemos uma resposta e quando recebemos dizem que é para
“aprender”. Mas no fundo, no fundo ele não sabe o que, ou o porquê do aprender.
A escola parece ter recebido (sabe-se lá de quem), um caráter automático e
institucional. Muito alunos vão para a escola por que faz parte da rotina. Cresceram sabendo que têm que ir! É
cultural, no sentido empírico da palavra. Para completar, a mídia dá a maior
força nesse sentido, propagando como opção acessível a todos, o golpe de sorte de alguns que acabam sendo um paradígma utópico de rápida ascensão econômica(jogadores de futebol, atrizes, músicos,etc). O que a
mídia não informa é que milhões dão com os “burros n’água”, nem que sonhar é
saudável, desde que não se viva a ilusão em detrimento da realidade .
É apavorante o apelo que essa cultura de massa tem sobre os nossos
jovens! A grande maioria dos alunos quando perguntados sobre o que querem ser (raramente
sabem), respondem que querem ser jogadores de futebol de um grande time e
ganhar muito dinheiro As meninas (adolescentes) geralmente querem ser modelos
ou atrizes de tv e por aí vai. Muitos desses sonhadores têm acabado como
traficantes, assaltantes, pais e mães prematuros ou, na melhor das hipóteses
acabam empacotando compras num supermercado qualquer. É claro que de cada cem
alunos, dois têm um futuro melhor, como frentista de posto ou vendedor em
alguma loja. Empregos honrados como quaisquer outros. Disputados a tapa por
nossos alunos( muitas vezes evadidos) ante a desacreditada instituição escolar.
A nossa sociedade ocidental, agravada pelo imediatismo das sociedades
capitalistas e por esta “brasileiralidade”, consentem e legitimam a postura das autoridades (de competência duvidosa , já que o são pela
prática política) diante da urgente questão da educação nacional.
A educação deve, portanto, ser encarada como prioridade. Como estrutura
social e não como consequência política. Assim, quando os desvalorizados
profissionais da educação redescobrirem e fizerem redescobrir o valor que têm,
não mais ecoará no consciente coletivo, a desconcertante questão: Pra quê serve a escola?
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